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O trepadeira-azul até ouve a conversa dos outros, mas não espalha alertas de modo alarmista

Cientistas descobriram que um passarinho muito comum nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia tem o curioso hábito de só passar notícias alarmantes para frente depois de checar se elas são verdadeiras, relata um artigo da National Geographic.

 A trepadeira-azul, uma pequena ave de cauda curta e bico longo, tem um vocabulário de 50 sons diferentes para se comunicar com seus colegas de espécie e dizer coisas como “perigo!”, “quero comida” ou “estou solteiro/a”.

 Os pesquisadores já haviam descoberto que o trepadeira-azul escutava as conversas dos chapins e repassava essas mensagens para o seu bando. Em um estudo publicado na Nature, eles descobriram que o pássaro não faz isso automaticamente.

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O trepadeira-azul até repete o alerta de predadores que ouve do chapim, mas só dá informações específicas para os seus depois de verificar se elas são verdadeiras. Isso porque os chapins piam muito sobre predadores. Seu nome em inglês, chickadee, vem do som que eles fazem quando veem um animal suspeito por perto: “chickadee-dee-dee-dee-dee!”. Quanto mais “dees”, mais perigoso é o predador.

 No estudo, os pesquisadores espalharam alto-falantes que emitiam sons de predadores do trepadeira-azul. Na segunda fase, eles tocaram sons de chapins avisando que viram esses predadores. Por fim, gravaram os sons do trepadeira-azul quando ouviam que um predador estava por perto.

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Assim, eles descobriram que quando um trepadeira-azul ouvia o alarme dado por outro de sua espécie, repassava o chamado piando de uma maneira particular. Mas, quando ouvia essa notícia vinda dos chapins, passava o alerta com um chamando mais vago, geral, independentemente do nível da ameaça.

 Segundo os pesquisadores, isso pode acontecer porque o trepadeira-azul não confia 100% na informação do chapim. Por isso, repetir o chamado, mas com uma dose de incerteza, seria uma estratégia de sobrevivência. Como uma fonte secundária de informação é menos confiável que uma primária, é possível que a seleção natural tenha favorecido as aves que são mais cautelosas ao repetir rumores, aponta o estudo.

“É como se eles estivessem dizendo: ‘estamos alertas e ouvimos dos chapins que tem algo vindo, mas ainda não verificamos”, explica Eric Greene, especialista em Ecologia da Universidade de Montana, um dos autores do estudo.

 Outra explicação possível é a de que o trepadeira-azul sabe onde está o chapim, mas não de que lugar vem o predador, aponta o ornitólogo Gary Ritchison, que não se envolveu neste estudo.

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